CaRcará “ pega mata e come”
(O Boletim do D.A. 3 de Maio, Unesp-FCT Presidente Prudente-SP)
outubro de 2011
DENÚNCIA CONTRA A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO HUMANO
O papel central do trabalho na sociedade atual tem sido de fundamentar relações de exploração cada vez mais desumanizadoras, haja vista a denúncia que vamos procurar esclarecer com este CarCará.
Desde o início deste ano a FCT/UNESP aprofundou a transferência dos seus serviços de zeladoria, limpeza e segurança às empresas terceirizadas, fato que associado a falta de funcionárias(os) contratados por concurso público, disseminaram a exploração dos trabalhadores, sendo eles terceirizados ou autárquicos.
Podemos exemplificar de variadas formas como isso se manifesta, desde a carga horária que extrapola os acordos contratuais (terceirizados) e regimentais (autárquicos), passando pelas questões salariais em que a discrepância entre os honorários dos trabalhadores(as) autárquicos e terceirizados são gritantes (vejam os gráficos), até questões de saúde como a falta de planos de carreira para os terceirizados.
A nossa preocupação reside no fato de trabalhadores(as) terceirizados e autárquicos serem submetidos ao esgotamento de suas energias dentro de uma instituição que se diz responsável socialmente, o que de fato não se comprova, haja vista a greve por campanha salarial ocorrida dia 16/06/2011 nas dependências da FCT/UNESP.
Nossa denúncia está no fato de não aceitarmos que situações de desumanização se disseminem no trabalho realizado dentro da Unesp e em qualquer outro setor da sociedade, com pessoas doentes trabalhando em vários setores.
a tarefa em direcionar a insatisfação comum aos trabalhadores dentro de um programa consistente na FCT/UNESP.
Por isso também queremos expor o desejo de que o IX Congresso do SINTUNESP coloque em evidência a exploração mencionada e tire resoluções a respeito.
A resolução que nós estudantes do Diretório Acadêmico 3 de Maio colocamos é a
incorporação de todas(os) as(os) trabalhadores terceirizados aos quadros de servidores da Unesp, visto que já ocupam suas funções há tempos. Abaixo as despesas totais com as empresas terceirizadas e dentro da FCT/UNESP, conforme a Reitoria (APLO). Disponível em:
http://unesp.br/aplo/mostra_arq_multi.php?arquivo=8328
Nos dois primeiros gráficos fica clara a decisão da UNESP em expandir a desumanização nas relações de trabalho que mencionamos, haja vista os valores pagos até agosto, aproximadamente R$ 390.000,00 reais com a vigilância e aproximadamente R$ 1.815.000,00 reais com a limpeza.
É importante relatar que a comparação do quadro acima foi realizada com mulheres trabalhadoras da FCT UNESP, visto que as estratégias de desumanização das(os) trabalhadores assumiu este papel e faz com que pensemos em colocar em debate a questão de gênero.
Assumimos a defesa desta denúncia como nossa em virtude de não aceitar que as relações humanas alcancem dimensões do século XVIII quando da consolidação da industrialização em meio à vida humana.
A resposta colocada pelos trabalhadores de forma contundente sempre foi assumida em momentos que se acirram a precarização e desumanização de seus afazeres e estamos próximos destes fatos. O exemplo das trabalhadoras terceirizadas da USP este ano demonstra isso! Ficaram sem receber seus salários e encargos trabalhistas, além de lutar contra o assédio moral e contra as péssimas condições de trabalho. Depois de ocuparem a prefeitura da USP arrancaram da Reitoria o pagamento de seus salários e encargos trabalhistas atrasados. Consideramos necessário esta luta para impedir que a estratégia de divisão da classe operária permaneça. Acreditamos até o fim nas pessoas e em suas potencialidades, fato que não aparece no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) que norteiam as ações da Unesp, por isso nosso repúdio e chamado aos estudantes, trabalhadores autárquicos e terceirizados, além de professores que fazem parte da Unesp e tenham referência na valorização do ser humano em sua plenitude.
